Capítulo 36
Era domingo. Um daqueles dias em que o tempo parece andar de lado, como se não soubesse se avança ou espera. Eu havia acordado antes do despertador, sem saber ao certo o motivo. O céu estava nublado, o que tornava tudo ainda mais silencioso.
Preparei um café e sentei na varanda do apartamento, observando a cidade acordar devagar. O Rio parecia outra coisa aos domingos, mais gentil, menos acelerado, como se quisesse me dar tempo para sentir o que eu precisava sentir.
Não havia mensagens dele. Nenhum aviso, nenhuma tentativa de preencher o espaço entre nós com palavras digitadas. Mas, ainda assim, havia algo dentro de mim que sabia. Sabia que o dia de hoje traria um reencontro. E que, talvez, a história que escrevíamos em silêncio estivesse prestes a ganhar outra forma.
Tomei banho com mais calma. Escolhi uma roupa leve, sem me arrumar demais, mas com um cuidado que eu não praticava havia semanas. Um cuidado de quem espera ser vista. Ou, talvez, de quem se permite ser ol