Um Porto Seguro

CAPÍTULO 28

Era estranho como, mesmo depois de tudo, a presença de André no casarão não me afetava como antes. Havia um incômodo, é claro. Um tipo de alerta interno que se acendia sempre que ele surgia no corredor ou participava de alguma reunião da equipe. Mas aquele impacto que me paralisava, que me fazia duvidar de mim, parecia ter se dissipado.

Talvez tivesse a ver com Miguel. Ou talvez, com o tempo. O que eu sabia é que, mesmo com André presente, eu não sentia mais vontade de desaparecer.

Naquela segunda-feira, eu chegara mais cedo que o normal. A luz da manhã invadia as janelas altas do casarão e se espalhava pelas paredes, deixando tudo com um ar mais leve. Sentada na escrivaninha improvisada no canto da sala principal, revisava os desenhos das sancas e das colunas, organizando cada etapa do processo que viria a seguir.

Miguel chegou logo depois. Trazia dois cafés e um sorriso de lado.

— Bom dia, restauradora favorita.

Sorri, pegando o copo.

— Você só conhece uma, Miguel
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