Capítulo 71, Custe o que custar.
Eduardo
O som da gravação ecoava no escritório, nítido, cruel.
A voz de Thiago, cínica e calculada, vibrava pelos alto-falantes, cada palavra pesando como chumbo.
“Ela é a chave. Um pequeno susto nela e o castelo deles desaba.”
Fechei os punhos sobre a mesa. A imagem de Sol correu pela minha mente como um relâmpago — o riso leve, os desenhos espalhados no chão, o jeito que ela me chamava de “tio Dado”.
O estômago se contraiu de medo e raiva.
Matthew, de pé ao meu lado, observava a tela do notebook com a calma de quem está acostumado a olhar o abismo. O detetive havia escutado a gravação duas vezes, sem interromper. Só depois que o último som se dissipou, ele se inclinou para frente e apertou o botão de pausa.
— Isso é o bastante. — disse, com voz grave. — Temos provas suficientes para acionar a Polícia Federal brasileira e solicitar uma investigação formal. E também vou enviar cópias à polícia dos Estados Unidos, já que as transferências de dinheiro que Thiago citou envolvem contas i