Capítulo 29 , A tensão entre nós esta apenas começando.
(Eduardo Duarte Galvão)
Depois da discussão com Lua, passei noites sem dormir.
As palavras dela martelavam dentro de mim, ecoando como uma acusação da qual eu não podia fugir:
— “Eu não sou uma boneca para você usar quando convém e depois guardar na estante.”
Ela tinha razão.
Eu a tratava exatamente assim, como um objeto que eu controlava à minha conveniência, sem admitir que, no fundo, ela já tinha tomado posse de partes de mim que eu acreditava estarem mortas desde o acidente.
Beatriz… a lembrança dela ainda doía, mas pela primeira vez percebi que a dor já não era a mesma. Talvez porque Lua, com sua força irritante e ao mesmo tempo fascinante, estivesse ocupando um espaço que eu nunca imaginei abrir de novo.
Só que eu não queria isso.
Eu não podia permitir isso.
Me envolver significava correr o risco de perder de novo. E eu não sobreviveria a outra perda.
Naquela tarde, precisei me afastar dos relatórios e reuniões. O peso do trabalho sempre me anestesiava, mas naquele dia não foi s