Capítulo 127, Nosso bebê está prestes a nascer.
– Visão de Henry
Eu não sei quanto tempo fiquei parado no banheiro, com a água batendo nas minhas costas, tentando convencer meu corpo a voltar a funcionar. Acho que perdi a noção do tempo desde que Alyce entrou na UTI. Desde que o corpo pequenininho dela começou a depender de máquinas e remédios mais fortes do que qualquer criança deveria precisar.
Eu não chorei.
Não consegui.
Era como se meu corpo tivesse travado numa espécie de suspensão… como se eu tivesse parado entre o medo e o choque, sem conseguir chegar totalmente a nenhum dos dois.
Mas quando fechei o chuveiro, respirei fundo e disse pra mim mesmo que precisava ser forte por Amber — pela Amber que dormia frágil num quarto do hospital sem saber o que estava acontecendo — senti algo abrir uma fissura dentro de mim.
Eu queria cair.
Queria desabar no piso frio.
Queria gritar.
Mas eu precisava parecer inteiro quando saísse daquele banheiro.
A médica tinha dito que qualquer susto, qualquer emoção forte, qualquer oscilação emocio