Laís
Na manhã seguinte ao interrogatório, a ONG parecia respirar com dificuldade. As plantas no saguão estavam murchas, como se sentissem o peso da semana. Nanda entrou carregando uma pasta grossa de documentos e pediu silêncio. O olhar dela era firme, mas havia uma sombra de preocupação.
— Precisamos conversar. — disse, pousando a pasta na mesa grande da sala de reuniões.
Todos se sentaram. Eduardo ao meu lado, os amigos da equipe espalhados. Gabriela ajeitou o cabelo preso, Rafaela tamborilava os dedos na mesa, Breno mordia o lábio, ansioso. Lucas já ligava o notebook, pronto para anotar.
Nanda abriu a pasta e espalhou cópias. — Descobri algo ontem à noite. Parte da verba que usamos para projetos de reflorestamento veio de contratos da Prefeitura. Não é ilegal, mas... o problema é que esses contratos estão vinculados ao mesmo grupo político que a Clara circula. Se isso for explorado, vão dizer que somos fachada.
O silêncio pesou na sala. Senti o coração acelerar. Eu era apenas estag