Laís
O sábado amanheceu vibrante. A ONG Raízes Vivas organizava um grande mutirão de plantio na praça central de Santa Amora, com barracas coloridas, crianças correndo entre as mudas e professores explicando a importância de cada árvore. O cheiro de terra molhada misturava-se ao de bolo de fubá que as senhoras da comunidade haviam preparado. Era o tipo de evento que me lembrava por que eu tinha escolhido aquele estágio.
Eduardo estava ao meu lado desde cedo, organizando a exposição dos cartazes e ajudando a distribuir ferramentas para os voluntários. Havia orgulho no jeito que ele sorria para cada pessoa que chegava. Mas também havia tensão. Clara não demorou a aparecer. Vestia um vestido branco impecável e salto baixo — destoando de todos os que estavam de luvas e tênis.
— Que bonita a cena — disse em voz alta, aproximando-se de um grupo de moradores. — É sempre emocionante ver como relações pessoais podem acelerar projetos públicos. — O sorriso falso não deixava dúvidas de que se