A madrugada caiu sobre a cidade como um lençol morno. Depois de um dia de tensão e desgaste, Laís e Eduardo voltaram para casa em silêncio, mas não era o silêncio desconfortável — era um silêncio cúmplice. Aquele que só os que sobreviveram ao caos juntos conseguem compartilhar.
Laís largou a bolsa sobre a cadeira e caminhou até a janela. A luz da rua recortava a silhueta de sua face cansada, mas serena. Eduardo a observava em silêncio, admirando o quanto ela conseguia ser forte e delicada ao mesmo tempo.
— Você ainda quer isso? — ela perguntou, sem virar o rosto. — Casar. Com tudo isso acontecendo.
Ele se aproximou devagar, envolveu sua cintura com os braços e encostou o queixo em seu ombro.
— Quero mais do que nunca. Porque depois de tudo, ainda é você quem eu procuro no fim do dia.
Ela virou-se para ele, olhos úmidos, mas firmes. Eduardo acariciou sua bochecha com o dorso da mão e, naquele toque, a tensão começou a se dissolver.
Os lábios se encontraram com doçura. Um beijo lento, s