61: O Palco Dourado

Outro pensamento golpeou Isadora com igual força. O que Enrico — o traidor que Matteo baleou durante o caos na mansão — lhe dissera, com os olhos mergulhados em amargura: “Meu pai vendeu a filha que mais amava por poder.” E ali estava Valentina. Vestida para o espetáculo. Com o homem certo. Na hora certa. Fazia sentido demais. Sentido cruel demais.

Lex Cabone se aproximou de Valentina com familiaridade e com um andar leve e um sorriso charmoso no rosto.

— Achei que as joias da Toscana estavam em falta. Mas pelo visto só mudaram de vitrine.

Valentina sorriu com graça controlada, mas antes que ela respondesse, Ferraro se adiantou com um sorriso que não mostrava os dentes.

— Cuidado, jovem Cabone. Algumas vitrines têm alarmes — disse ele com uma frieza elegante.

Lex riu, sem se intimidar, mas recuou um passo, ainda lançando um último olhar apreciativo para Valentina.

— Vamos manter o evento no tom certo, sim? Elegância, caridade… nada de jogos desnecessários hoje. Nem entre irmãos, nem e
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