“O amor não prende. Mas também não solta fácil quando é doente.”
O céu daquela manhã estava limpo demais para combinar com a sujeira que se desenrolava dentro dos bastidores da justiça. Mas era sempre assim: quando o poder se infiltrava, nem o sol era capaz de iluminar a verdade como deveria.
Caio saiu pela porta lateral do presídio com os olhos escondidos por óculos escuros e um terno escuro que não combinava com seu olhar perdido. Não era o mesmo homem que entrara semanas atrás, havia perdido parte da arrogância, mas ganhado um tipo novo de loucura. Silenciosa. Perigosa. A que fermenta no silêncio.
Do lado de fora, jornalistas se aglomeravam. Câmeras, flashes, perguntas afiadas.
— Senhor Caio! Como conseguiu a liberdade condicional? Foi influência política?
— O senhor sequestrou uma mulher que dizia amar! Como justifica isso?
Ele parou.
Não porque quisesse. Mas porque parte dele ainda acreditava que tinha algo a dizer.
Retirou os óculos devagar, e o olhar era o mesmo que Anyellen co