“Alguns pecados não esperam o julgamento. Eles mesmos cobram sua pena.”
Nina sabia que estava cercada.
A cela não era fria o suficiente para apagar o calor da raiva que queimava por dentro. Ela, que um dia brindou em jantares de luxo, agora contava os segundos no silêncio úmido de um presídio. Mas não era o fim — ainda não.
Ela tinha nomes. E tinha dinheiro.
Naquela madrugada abafada, dois agentes entraram discretos. O olhar cúmplice. O bolso pesado. O valor pago não comprava inocência — comprava oportunidade.
— A van de transporte vai passar às quatro. Vocês sabem o que fazer — disse Nina, com a voz baixa e venenosa, entregando o último maço de notas escondido na costura da jaqueta.
A fuga foi planejada com precisão.
Um carro a esperava numa estrada deserta. Cabelos presos, maquiagem leve, nova identidade no porta-luvas. Tudo estava pronto para recomeçar… em outro país, com outro nome, como sempre fez.
Mas havia algo que ela não planejou: a estrada molhada pela madrugada chuvosa…
E o