Ela abriu os olhos devagar. A luz suave do quarto dançava nas paredes, como se respeitasse a delicadeza daquele momento. O mundo ainda parecia um sussurro, um eco distante de tudo o que ela havia enfrentado. Mas ele… ele estava ali.
Sentado ao lado da cama, de camisa branca amarrotada e olhos fundos de quem não dormiu, Miguel a observava como se sua própria vida dependesse da próxima respiração dela.
— Você voltou pra mim.
Ele murmurou, e sua voz era mais grave, embargada, ferida.
— Você voltou…
Anyellen não disse nada.
Não precisava.
Ela apenas se ergueu nos braços trêmulos e se jogou contra o peito dele. Um abraço que não era gesto. Era grito. Era confissão. Era entrega.
E então, o beijo.
Um beijo sem pressa, sem técnica. Um beijo com gosto de lágrimas. De reencontro. De alma ferida pedindo abrigo.
Ela não discutiu.
Não argumentou.
Não se desculpou.
Apenas se entregou.
— Eu achei… que não te veria mais.
Ela sussurrou, a voz trincada.
Miguel segurou o rosto dela entre as mãos, o pol