Anyellen olhava distraída pela janela do carro, observando o movimento leve das árvores ao vento. Era um dia comum de entrega comunitária, algo que já havia se tornado rotina. No entanto, naquele dia, algo no ar parecia estranho, uma sensação de alerta quase imperceptível percorria sua pele.

A van parou próxima à pequena praça onde realizariam as doações. Crianças corriam animadas, algumas mães se aproximavam com sorrisos agradecidos. Anyellen sorriu em retorno, tentando afastar o desconforto.

Enquanto ajudava a descarregar as caixas, ouviu passos atrás dela. Imaginando ser algum voluntário, virou-se sem preocupação, até que seu coração parou, congelando no peito. Caio estava ali, parado a poucos passos dela, olhos sombrios e perigosamente brilhantes.

— Oi, Anyellen.

Ele disse lentamente, seu tom carregado de algo sinistro.

— Quanto tempo...

Ela recuou instintivamente, sentindo seu coração acelerar em alarme.

— O que você está fazendo aqui, Caio?

A voz dela era firme, mas tremia lev