O celular de Miguel vibrou sobre a mesa de vidro com uma urgência que ele nunca sentira antes. Era como se o aparelho carregasse o grito de Anyellen em cada pulso.
— Fala.
A voz dele saiu baixa, densa, perigosa.
Do outro lado, a segurança confirmou o que ele temia:
— Anyellen foi levada. Durante a entrega da comunidade. Estamos rastreando. A van saiu por uma rota não autorizada.
Miguel não respondeu. Por um segundo, o mundo perdeu a cor. O oxigênio desapareceu. Mas o coração? Esse bateu mais forte. Animal. Selvagem.
Ele se levantou. A cadeira caiu para trás.
— PEGUEM OS CARROS!
Rugiu.
Em segundos, a casa virou quartel. O sistema de segurança foi ativado em nível máximo. Câmeras, drones, escutas. Tudo.
— Façam um cerco! Nenhum acesso entra ou sai da cidade sem passar por mim.
Os olhos de Miguel estavam vermelhos de fúria contida.
— Se ela sangrar, eu derramo sangue em dobro.
Ele entrou no carro blindado e encarou o mapa digital no painel. O GPS indicava o último ponto de sinal do