A noite estava calma, mas Miguel não. O terraço silencioso da casa era um contraste gritante com o vulcão de sentimentos que rugia dentro dele. A brisa era suave, mas o desejo era selvagem. Ele olhava para Anyellen como quem olha para o que jamais pensou merecer. Como quem, enfim, entendeu que o amor é a ferida mais bonita que se sangra.
Anyellen estava ali, de vestido leve, os cabelos soltos dançando com o vento, os olhos fixos nas estrelas, mas a alma entregue a ele. Aquela era a mulher que tinha aguentado golpes da vida, que se levantou de dores que matariam outras. E agora, estava ali, com ele, depois de tudo.
— Está com medo?
Miguel perguntou, com a voz grave, quente como promessa.
— De você?
Ela riu baixo, encarando-o de volta.
— Estou com medo de mim. Do quanto eu quero você. Do quanto você me desmonta com um toque.
Ele se aproximou, pegando a mão dela, encostando nos lábios. Depois levou-a ao peito dele.
— Sente isso?
Murmurou.
— Não está batendo só por mim. Meu coração e