O gabinete de Miguel estava em silêncio, mas dentro dele o barulho era ensurdecedor.
  A auditoria confirmava o que ele já sabia.
  Gustavo havia desviado milhões.
  Nina e Letícia estavam envolvidas.
  E, pior: os nomes de Anyellen e da ONG estavam estampados nas páginas como se fossem cúmplices.
  — Covardes…
  Ele murmurou, segurando o relatório com os dedos tremendo de raiva.
  Jogaram lama em quem só plantava flores.
  E Miguel sabia que, se aquilo fosse à mídia…
  Anyellen seria destruída.
  A mulher que lutava todos os dias por crianças esquecidas seria tratada como ladra.
  Como cúmplice.
  Como fachada.
  E ele…
  Ele não deixaria.
  Nem que o mundo desabasse.
  ...
  Miguel ligou para o escritório central.
  — Quero que comprem todos os processos ligados à ONG. Todos. Se tiver que pagar o dobro, pague. Se tiver que silenciar um promotor, silencie.
  — Senhor… isso pode ter consequências jurídicas graves…
  — Eu disse: todos os processos. A partir de agora, quem quiser tocar