“Toque nela. Mas esteja pronto para arder no próprio veneno.”
Miguel não esperava ser chamado à sede da ONG logo de manhã.
Muito menos pela equipe jurídica que ele mesmo havia indicado semanas antes, apenas como apoio, sem previsão de uso.
Mas a mensagem era clara: “Miguel, temos um problema sério.”
Ao chegar, o clima estava diferente. Denso.
Como uma tempestade prestes a engolir o céu.
E Anyellen...
Ela estava ali. De pé. Firme por fora.
Mas ele sabia, sabia que por dentro, a alma dela tremia como o chão antes de um terremoto.
— O que está acontecendo?
Ele perguntou, direto, encarando um dos advogados.
O homem, de terno impecável e olhar tenso, passou um dossiê sobre a mesa.
Miguel leu as primeiras páginas.
E parou.
A raiva subiu como fogo no estômago.
— Isso é uma denúncia?
Ele perguntou, a voz já grave.
— Anônima. Mas com documentos. Supostamente comprovando que a ONG está desviando doações e superfaturando contratos com fornecedores.
— Isso é uma mentira.
Anyellen falou, fir