O quarto estava escuro, mas dentro de Miguel havia fogo. Um calor que não vinha dos lençóis ou da temperatura da madrugada. Era ela. Anyellen. No sonho, ela estava de costas, cabelo solto, vestido leve, os pés descalços pisando na areia. Ele a alcançava. Tocava suas costas nuas. A respiração dela arfava. O som era quase real. Quando ela se virava, os olhos dela não pediam permissão, exigiam. E Miguel obedecia.
A boca dela era doce. A pele, sal. E o corpo, desejo puro.
O sonho avançava com rapidez. Ela se entregava nos braços dele, e o mundo parecia mais certo. Mais quente. Mais vivo. Ela gemia seu nome, cavalgando o prazer entre lençóis de seda e promessas não ditas. As mãos dele cravadas em sua cintura. Os quadris dela colados nos dele. E a boca… Deus, a boca dela no ouvido, dizendo "me sente inteiro".
Miguel acordou. Ofegante. O corpo inteiro em chamas. O lençol colado à pele, como se o calor do sonho tivesse invadido o mundo real. Levantou-se num salto, a respiração acelerada, o co