O filho chega. Com olhos curiosos e nome de milagre. Miguel chora. — Você é a maior prova de que o amor vence até o tempo.
A madrugada parecia suspensa.
O hospital dormia, mas o mundo dentro daquela sala pulsava.
Anyellen suava, o corpo inteiro em alerta, mas a alma entregue.
Entregue à dor que antecede a bênção.
Entregue ao amor que empurra de dentro pra fora o milagre que os dois criaram.
Miguel estava ali.
Mãos dela nas mãos dele.
Olhos mergulhados nos olhos.
Cada contração era um lembrete de que a vida nasce quando a gente não desiste.
— Respira comigo, meu amor.
— Eu tô tentando — ela sussurrou, com lágrimas e coragem no mesmo tom.
E então… o grito.
O choro.
O som mais bonito que já atravessou a pele deles.
Noah nasceu.
Os olhinhos se abriram devagar, como se tateassem o mundo pela primeira vez.
E Miguel sentiu tudo ruir e renascer dentro dele — de uma vez só.
O médico entregou o bebê nos braços da mãe.
Mas foi no instante em que Miguel tocou o filho, que ele caiu de joelhos — po