A pergunta de Valentina, um sussurro de genuína e dolorosa confusão, pairava na sala estéril da galeria. Por quê? Por que você faria isso por mim? Ela esperava um truque, uma armadilha, uma humilhação final. O que ela não esperava era a verdade.
Helena olhou para a mulher à sua frente, não para a socialite de unhas perfeitas, mas para o que estava por baixo: a dor, o medo da irrelevância, a fúria de ter sido descartada. E, naquela mulher, Helena reconheceu um fragmento de si mesma.
— Porque eu sei o que é ter o mundo tentando te definir — começou Helena, a voz baixa, mas ressoando com uma autoridade que vinha da experiência, não do poder. — Eu sei o que é ter as pessoas te colocando em uma caixa, te dando um rótulo para que possam te entender, te diminuir. — Ela fez uma pausa, o olhar inabalável. — Poucos meses atrás, para o mundo, eu era a "oportunista desesperada". Depois, me tornei a "protegida do bilionário". Agora, seu plano é me transformar na "prostituta de luxo". São todas men