O barulho do trânsito de São Paulo desapareceu. Para Helena, o único som no universo era o do coração de Dante batendo contra seu ouvido enquanto ele a abraçava no meio da calçada. Não foi um abraço de paixão, mas de um alívio profundo, quase doloroso. Ele a segurou com força, uma mão em sua nuca, como se temesse que ela fosse uma miragem prestes a se dissipar.
— Eu sabia que você conseguiria — ele sussurrou em seu cabelo, a voz rouca. — Mas ver você... a força em você...
Ele se afastou, segurando-a pelos ombros, os olhos percorrendo o rosto dela como se a visse pela primeira vez. Havia um orgulho tão feroz em seu olhar que Helena sentiu o rosto corar.
— A cidade é sua, artista — disse ele, um sorriso genuíno finalmente quebrando a tensão em seu rosto. — O que você quer fazer para comemorar? O melhor restaurante? A joalheria mais cara? Diga o que quiser, é seu.
Helena sorriu. O Dante de antes teria assumido o controle, planejado a celebração perfeita. O novo Dante, o parceiro dela, pe