O carro parou em frente a um prédio de fachada austera de concreto e vidro em uma rua elegante de São Paulo. A Galeria de Arte Contemporânea FGM não tinha a grandiosidade de um museu, mas exalava uma aura de exclusividade e poder intelectual que era, de certa forma, mais intimidante.
Dante se virou para Helena no banco de trás. Ele não a tocou. Apenas a olhou, os olhos escuros transmitindo uma mensagem de confiança absoluta.
— Lembre-se de quem você é — ele disse, a voz baixa e firme. — Você é a única pessoa real que vai entrar naquela sala hoje. Todo o resto é ruído.
Helena respirou fundo, absorvendo a força dele.
— E se eu falhar?
— Você não vai — ele respondeu com uma certeza que a acalmou. — A pedra não mente. E nem você. Agora vá. Eu estarei aqui quando você sair.
Ela assentiu, e saiu do carro. Caminhar sozinha por aquela calçada, em direção àquela porta de vidro imponente, foi um dos atos mais corajosos de sua vida. Ela não era a acompanhante, não era a protegida. Era Helena San