O retorno à Bahia foi como emergir de um mergulho profundo e prender a respiração, finalmente soltando o ar em um suspiro de alívio. O ar de Salvador, quente e salgado, nunca pareceu tão doce. A guerra, por enquanto, ficara para trás, em São Paulo, uma cidade de fantasmas de concreto e reuniões de conselho. Aqui, na luz dourada da Bahia, havia apenas a promessa do futuro que eles haviam conquistado juntos.
A primeira parada foi na casa de Lúcia e Ricardo, em Candeias. A notícia de sua vitória na galeria e o triunfo sobre Arthur Alencar durante o baile — contado em uma versão cuidadosamente editada por Dante — foram recebidos com lágrimas de alegria de Lúcia e abraços esmagadores de Ricardo.
— Eu sabia! — dizia Ricardo, exultante. — Eu sabia que ninguém podia apagar o brilho da minha irmã!
Lúcia, no entanto, olhava para a forma como Dante segurava a mão de Helena, a maneira como o olhar dele nunca se afastava dela por muito tempo.
— Você voltou diferente, minha filha — ela disse em vo