74. Alguém Quer Me Ver Falhar
Acordo lentamente, envolvida por uma sensação de aconchego que me faz sorrir sem perceber.
O rosto de Ettore está aninhado nos meus cabelos, sua respiração quente fazendo cócegas na minha nuca.
Seu braço repousa firme ao redor da minha cintura, me mantendo colada ao peito dele, como se, mesmo dormindo, ele temesse que eu fosse escapar.
Viro o rosto devagar e olho o despertador. Ainda faltam quinze minutos para tocar.
Deveria me levantar, revisar os últimos detalhes, me preparar mentalmente para uma das apresentações mais importantes da minha carreira…
Mas me permito ficar aqui mais alguns minutos, aproveitando esse raro momento de paz. Aqui, nos braços dele, o mundo parece menos assustador.
Fecho os olhos, tentando memorizar cada segundo. Não sei quando — ou se — isso vai acontecer de novo.
BEEP! BEEP! BEEP!
O som estridente do despertador nos faz saltar.
Ettore se mexe atrás de mim, o braço apertando minha cintura por reflexo, antes que ele desperte completamente.
Nossos o