75. A Possibilidade de Tentar
“Ettore Bianchi”
Mal me sento atrás da mesa e minha assistente já entra com o café matinal e a agenda do dia.
— Bom dia, Sr. Bianchi — ela cumprimenta, colocando a xícara à minha frente como de costume. — Trouxe seus compromissos do dia.
Balanço a cabeça, pego o café e me recosto na cadeira, tentando me concentrar nas palavras dela.
Mas não demora para que sua voz se torne distante, enquanto minha mente vagueia para algo bem mais interessante.
Para a noite passada.
Na massagem que fiz por impulso. No jeito como ela gemeu baixinho, relaxando sob meu toque.
No beijo carregado de lembranças. No corpo dela encaixado no meu enquanto dormíamos. Como se todos esses anos não tivessem passado.
Como se ela sempre tivesse pertencido ali.
E no sono que veio depois. Profundo, sem interrupções, sem pesadelos. Sem aquele peso no peito que tem me assombrado há anos.
Eu dormi.
Por causa dela.
E acordei… em paz.
— …confirmou presença, então podemos começar pontualmente às dez — minha assi