57. Algumas Verdades Custam Caro Demais
Por um segundo, considero a possibilidade de simplesmente apertar o botão do elevador e fingir que não ouvi. Entrar, descer até o térreo e sair como se o prédio estivesse em chamas.
Mas, pelo perfume caro e enjoativo, sei que é impossível ignorar.
Me viro e encontro Chiara parada atrás de mim, perfeita até o último fio de cabelo loiro, impecavelmente preso num coque.
— Chiara — cumprimento, mantendo a voz neutra. — Não esperava te ver aqui.
— Isabella passou mal esta manhã — ela explica, se aproximando. — E, como os pais dela estão viajando, precisei cuidar dela.
Pressiono os lábios, controlando a vontade de revirar os olhos. Claro que a minha sogra cuidaria de sua doce e frágil Isabella. Seu pequeno bibelô.
— Espero que ela melhore logo — digo, não por Isabella, mas porque é o que a educação exige que eu diga.
— Você parece… feliz — observa, como se isso fosse uma ofensa. — Boas notícias sobre sua mãe?
— Sim — respondo, encarando seus olhos frios. — Ela mexeu o dedo hoje. Pe