58. O Maior Erro da Minha Vida
Faço o que ele pede e me sento na poltrona, de frente para ele. Ettore continua de pé, mãos nos bolsos, me observando com aquela intensidade que sempre me fez sentir exposta demais.
Como se pudesse ver todas as minhas mentiras.
— O que a noite passada significou para você? — ele pergunta, num tom calmo.
A pergunta me pega de surpresa. De todas as coisas que imaginei que ele diria, essa não estava nem perto do topo da lista.
— Significou muito — respondo com sinceridade, porque ao menos isso não preciso esconder. — Mais do que posso explicar.
Ele me observa em silêncio, como se tentasse confirmar que não estou mentindo.
— Tem certeza de que não foi só sexo para você? — insiste. — Uma forma de passar o tempo?
— Não. Foi real, Ettore! — respondo na hora, ofendida. — Você sabe que nunca foi assim para mim. Por quê? Foi só sexo para você?
— Foi como voltar no tempo — rebate, me surpreendendo com a honestidade. — Como se os últimos três anos não tivessem existido. Como se ainda fôs