O silêncio no carro durante o trajeto de volta não foi vazio. Foi denso, carregado com a confissão da Tia Celeste. A mão de Peter permaneceu sobre a minha, mas o aperto agora era de quem se agarra a um precipício. Ele buscava âncora, não amor.
Assim que o elevador abriu na cobertura, ele soltou minha mão. O gesto foi abrupto, quase um choque. O Imperador estava de volta, irritado por ter tido sua máscara arrancada em público.
Ele caminhou direto para o bar, servindo-se de uísque com uma violência silenciosa. Eu fiquei na sala, o vestido champanhe parecendo uma fantasia cara.
— Esqueça o que ela disse — Peter falou, de costas para mim, a voz áspera. — Celeste é uma romântica que não entende de negócios.
— Ela entende de pessoas — rebati, tirando os sapatos altos. O alívio de pisar no tapete era imenso, um pequeno ato de rebeldia. — Ela entende de quem é forçado a matar o que ama.
Peter girou, o copo de uísque na mão.
— Eu sou operacional, Alice. Não sou um sonhador.
— Você é o q