“E se a loucura for só outra forma de chamar aquilo que não conseguimos controlar?”
Pedro chegou no meu trabalho como quem está acostumado a ser notícia, mas não ser tratado como uma.
— Ele é ainda mais bonito pessoalmente — cochichou Marina, a estagiária, quando passou por mim segurando uma prancheta invisível, só para ter uma desculpa de estar perto.
— E você está ainda mais indiscreta do que ontem — murmurei de volta, escondendo o riso atrás da caneca de café.
Ele entrou na redação como quem já sabia onde pisava, com um charme tranquilo e uma postura de quem nunca precisa se esforçar para ser notado. E mesmo assim... notava tudo.
— Pronta para desenhar os termos da insanidade? — ele disse, com um meio sorriso, ao parar na frente da minha mesa.
— Pronta para colocar tudo no papel e descobrir onde exatamente perdi o juízo.
Fomos para a salinha de reuniões do terceiro andar, onde ninguém costumava atrapalhar. Levei