Acordei com a notificação incessante do celular vibrando na cabeceira. Por um instante, desejei ignorar e mergulhar de novo no travesseiro, mas sabia que não seria possível. O coração acelerou antes mesmo de pegar o aparelho.
A tela iluminada confirmava o que eu temia: a matéria havia saído. Meu nome estampado, minhas palavras expostas, e junto delas, uma parte de mim que eu nunca havia compartilhado com tanta gente.
Abri o link, hesitante, e comecei a ler. Cada frase parecia maior do que eu mesma, cada palavra carregava um peso que não parecia caber no meu peito. Respirei fundo, tentando absorver, mas a sensação era de estar nua em praça pública.
O celular não parava: mensagens de amigos, conhecidos, gente que eu não via há anos. Uns me elogiavam pela coragem, outros diziam estar chocados, alguns simplesmente mandavam corações. Mas entre tudo isso, a minha mente só repetia: E Pedro?
Levantei, quase tropeçando nos próprios pés, e fui até a cozinha. Coloquei café para passar e me apoie