Já se passaram alguns dias desde que acordei. Eu ainda não tinha perguntado sobre o bebê que carregava… nem queria. Dentro de mim, eu já sabia a resposta. Não precisei de exames ou de ninguém me dizer. Eu sentia… um vazio. Um silêncio dentro de mim que gritava. Não tive nem tempo de curtir, de sentir de verdade aquela vida. Agora só restava esse buraco no peito que me acompanhava em cada respiração.
Eu me calei. Não quis falar com ninguém. Nem com minha família, nem com Alessandro. Eu sabia que eles já tinham entendido. Sabiam que eu tinha perdido o baby. Não precisava colocar em palavras. Palavras às vezes são punhais.
Quando Alessandro saía para tomar café, eu aproveitava aquele momento de solidão. Sempre deixava uma lágrima cair. Era o único instante em que eu não precisava ser forte. O único instante em que eu podia me permitir lembrar de tudo… do sonho que durou tão pouco, da sensação que eu não teria de novo. E, nesses momentos, eu me sentia tão pequena, tão vazia, tão sozinha,