Podia ter morrido

Parte 133

Aurora

O portão abriu antes mesmo que eu buzinasse. O sol batia direto no capô, forte como estava batendo meu coração e lá fora parecia ainda tudo normal, alheio à confusão e o perigo que a gente acabara de atravessar.

A claridade me fez piscar, e por um instante, tudo pareceu ainda mais irreal. Foi um grande alívio poder chegar em casa. Vim direto para a casa de Diana por causa do pequeno Giancarlo.

Passei pelos portões quase raspando o carro, mas só queria parar lá dentro. Estacionei com um tranco e soltei o volante devagar, como se meus dedos ainda estivessem grudados nele por dentro. O motor silenciou, mas o som do meu coração continuava alto demais.

Olhei para Diana pelo espelhinho, respirando fundo e depois vi as portas da casa que já estavam escancaradas. Carlo surgiu na varanda num pulo, de calça de moletom, a camiseta puxada às pressas, os cabelos bagunçados, os olhos arregalados.

— Diana! - a voz dele estourou no ar quente da manhã e naquele grito tinha tudo. Medo,
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