Na segunda-feira, Helena chegou ao prédio antes de todos. O céu ainda carregava o tom pálido da madrugada, e as luzes do saguão pareciam mais brilhantes do que deveriam.
Passou pelo segurança com um aceno contido e entrou no elevador, sentindo o silêncio se fechar ao redor como uma câmara pressurizada.
Quando as portas se abriram no andar executivo, respirou fundo. Precisava lembrar do motivo que a trouxera ali. O dossiê. A promessa silenciosa de que não haveria distrações.
E, principalmente, que Arthur Valente não seria nada além de seu chefe.
A sala 12 estava vazia quando ela entrou. Um tabuleiro de xadrez repousava sobre o aparador, as peças alinhadas como sentinelas esperando o primeiro movimento. Helena largou a pasta sobre a mesa, ajustou a cadeira e abriu o laptop.
Faltavam vinte minutos para o horário marcado. Tempo suficiente para organizar os relatórios e, com sorte, também o próprio coração.
Digitou notas sobre as inconsistências da filial de Birmingham. Listou cláusulas qu