Capítulo 14

O domingo amanheceu cinza, com uma garoa fina que escorria pelo vidro da janela como se o céu estivesse tão cansado quanto ela. Helena demorou a se levantar. O corpo insistia em pedir mais horas na cama, mas a mente não colaborava.

Quando finalmente se obrigou a sair, sentiu o silêncio pesado do flat. Passou pelo corredor estreito, pegou uma toalha limpa e seguiu até o banheiro. A água quente caiu sobre seus ombros e, por um instante, ela fechou os olhos, fingindo que aquilo bastava para lavar a semana inteira de tensão.

Mas, no fundo, sabia que não bastava.

Depois de se vestir — jeans e uma blusa macia de gola alta —, foi até a cozinha. Preparou café e um pedaço de torrada, que comeu em silêncio, apoiada na bancada. O sabor não chegava a ser ruim, mas também não tinha nada que a fizesse se sentir presente.

Era como se cada parte dela estivesse suspensa, à espera de algo que não sabia nomear.

Quando terminou, passou um pano na pia, guardou os pratos e respirou fundo, sentindo que o di
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