Os dias passavam como as estações: lentos, porém transformadores.
O castelo, agora vivo e pulsante, havia se tornado mais que um refúgio — transformara-se em um lar coletivo, organizado e funcional. A antiga fortaleza construída para guerra e estratégia estava sendo moldada para a vida.
Selena supervisionava cada mudança com olhos atentos e alma dedicada. Os grandes salões antes vazios foram reestruturados: divididos com biombos de madeira entalhada, cortinas de linho cru e tapeçarias que agora delimitavam ambientes. Camas foram construídas com madeira das florestas vizinhas, alinhadas com mantas tecidas pelas mulheres do clã. Os lustres apagados deram lugar a candelabros artesanais e lamparinas penduradas com fios de cobre, espalhando calor e luz suave pelos corredores.
Cada torre ganhou uma nova vida: uma abrigava os caçadores em treinamento; outra, as curandeiras e guardiãs. Um antigo depósito virou escola, onde os mais velhos ensinavam às crianças sobre as ervas, a escrita e as hi