O castelo havia mudado. E não era só nas paredes.
Havia roupas estendidas nas sacadas, risos infantis nos corredores, fogueiras acesas no pátio interno onde antes só se ouvia o vento. As cozinhas, outrora silenciosas, fervilhavam de vozes, aromas e tradições trocadas entre gerações. A antiga frieza da pedra cedia espaço ao calor da convivência.
Selena caminhava com passos firmes, mas o olhar suave. Acompanhava tudo de perto. Cada detalhe.
Ela observava as crianças brincando descalças pelos corredores. Conversava com mulheres que teciam novas roupas usando lã do vilarejo. Visitava os feridos que se recuperavam nos antigos aposentos do clã, agora transformados em pequenas enfermarias improvisadas. Era como se o castelo, antes rígido e solene, respirasse outra vez — dessa vez, com alma.
O povo do vilarejo havia encontrado refúgio. Mas ela queria mais. Queria que eles se sentissem parte. Queria que soubessem que aquele lugar também era deles.
E por isso convocou a todos.
Não no grand