Selena não saiu do quarto.
Pela primeira vez desde que o castelo se tornou lar, ela não foi ao pátio, nem às reuniões, nem aos corredores que sempre fazia questão de percorrer. Não sorriu para as crianças. Não colheu ervas com Eleonora. Não trocou uma só palavra com os conselheiros.
Porque naquela manhã… algo dentro dela sussurrou:
Fique.
E ela ficou.
Sentada ao lado de Darian, com os pés descalços sobre o chão frio e os olhos presos ao rosto dele, ela ouvia o silêncio como quem decifra uma linguagem esquecida. O corpo dele permanecia imóvel, mas já não parecia ausente. Havia calor, havia presença — havia retorno.
Selena passou os dedos por sua testa, afastando uma mecha de cabelo como quem remove a última sombra de um sonho longo demais.
— Você está perto… — murmurou. — Eu sei. E quando acordar, quero estar aqui. Quero ser a primeira coisa que você veja.
Entrelaçou os dedos aos dele. Apertou com firmeza, sem esperar resposta. A fé já era suficiente.
Lá fora, o dia acontecia.
Passos a