As muralhas de pedra surgiram entre a névoa da manhã como um lembrete: aquele ainda era o seu território… mas já não era o seu lar.
Darian atravessou os portões do castelo em silêncio, escoltado por dois guardas que não ousaram dizer uma palavra. O pátio estava limpo, as torres intactas, os corredores impecáveis — mas tudo parecia mais frio do que lembrava. Como se o lugar tivesse aprendido a seguir sem ele.
Eleonora o aguardava no alto das escadas. O vestido escuro e os cabelos presos em um coque severo contrastavam com a suavidade do olhar.
— Está diferente — ele disse, parando diante dela.
— Tivemos que sobreviver — respondeu. — O clã não podia esperar.
Darian assentiu. Não havia acusação em sua voz. Apenas a constatação de que sua ausência deixou marcas — e cicatrizes.
— E agora? — ela perguntou. — Vai ficar?
Ele encarou as janelas do salão principal. Era ali que antes se reunia com os conselheiros, tomava decisões, ouvia relatos… agora, aquele espaço parecia distante. E pequeno.