— Ataque.
O comando veio seco, e o punho veio junto.
Selena desviou no último segundo.
O ar assobiou rente à bochecha.
O corpo ainda lento. A mente… afiada.
Outro golpe.
Dessa vez, ela caiu. Mas não reclamou.
Rolou no chão, levantou de um pulo e encarou o oponente com os olhos acesos.
— Melhor — disse o guerreiro. — Mas você ainda hesita.
— Não por medo — respondeu ela, limpando o sangue do canto da boca. — Por cálculo.
A clareira não era mais um lugar sagrado.
Era campo de treino.
De suor, dor e renascimento.
Ali, Selena estava deixando de ser apenas herdeira.
Ali, ela estava se tornando predadora.
Treinava desde o amanhecer.
Sem descanso.
Sem desculpas.
Com armas improvisadas, com o corpo como escudo, com os sentidos como guia.
Corridas com pesos nos tornozelos, escuta de sons abafados com os olhos vendados, identificação de cheiros entre folhas, barro e suor.
O povo a observava de longe, mas ninguém interferia.
Eles já haviam entendido: ela não queria ser poupada — queria ser lapid