O som dos pássaros parecia mais claro naquela manhã.
As folhas dançavam com o vento suave, e pela primeira vez em anos, a floresta ao redor do vilarejo pulsava com uma energia que não vinha apenas da terra…
Vinha das almas que despertavam.
Selena observava a movimentação do povo desde cedo.
Na clareira, homens ajudavam a erguer novas estruturas — bancos de madeira, pedras delimitando um novo círculo central.
Jovens treinavam com arcos, correndo descalços sobre a terra.
E crianças… riam.
Mas não era só isso.
Havia um instinto ali. Pulsando em cada gesto.
Em cada olhar trocado em silêncio.
Mayra apareceu ao seu lado, trazendo um casaco de tecido grosso.
— Está mais frio hoje.
— Ou sou eu que estou mais sensível.
Mayra sorriu.
— Ambos. Seu corpo está mudando, Selena.
Está se preparando para o que vem.
Selena virou o rosto para o céu.
— Eles realmente acreditam que posso liderá-los?
— Eles não precisam acreditar.
Eles sentem.
Como sentiam Kael.
Como um lobo sente o caminho de volta pra ca