Cada movimento era urgente e, ao mesmo tempo, reverente. Era sexo, sim. Mas era também uma oração silenciosa, uma tentativa de redenção.
Senti os lábios dele viajarem pelo meu pescoço, pelos meus seios, pelo meu ventre, e suspirei como se respirasse pela primeira vez. Os gemidos que escaparam de mim vinham carregados de dor e de alívio. Como se cada estocada dele empurrasse um pouco da minha tristeza pra fora.
Ele se movia dentro de mim com uma lentidão que fazia o tempo parecer suspenso. Me olhava nos olhos, como se quisesse garantir que eu ainda estava ali. E eu estava. Pela primeira vez em dias, eu estava inteira.
Gemi o nome dele, baixinho, quando gozei, sentindo o corpo se desfazer num calor que lavava minha culpa. Ele me segurou firme enquanto chegava junto, e ficamos ali, colados, suados, ofegantes, despidos de tudo.
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Mais tarde, estávamos deitados, os dois nus, os lençóis amassados ao nosso redor. O quarto mergulhado naquela meia-luz cúmplice, que parecia respeitar o que