— Carolina, só você pode me salvar! — A voz de Gabriela vinha acompanhada de soluços, carregada de uma dor impotente. — Eu sempre te tratei como a uma filha...
Mas chantagem emocional não funcionava com a geração de Carolina. Passou a mão pela testa latejante e respondeu:
— Senhora Barbosa, não é que eu não queira ajudá-la. Mas, neste momento, entre nós não há mais vínculo algum. Eu não tenho lugar nessa história. Se Tatiane realmente a está ameaçando, a melhor saída é chamar a polícia. Se a senhora não conseguir, eu mesma posso ajudá-la a fazer a denúncia.
Do outro lado da linha, silêncio.
Carolina entendeu na mesma hora. O pedido de socorro não passava de verdade; a intenção devia ser outra.
“Até agora... E eles ainda pensam que vou me deixar enganar.”
— Senhora Barbosa, eu preciso desligar. — E encerrou a chamada sem hesitar.
Do lado de fora, o sol já havia se posto. A casa mergulhou em escuridão. A única luz veio da tela do celular, que acendeu com uma nova mensagem, era Cristiano: