— Cof... cof... Não é isso, Beto, eu... Eu...

Wellington, mesmo com a língua afiada de sempre, não conseguia achar palavras para se explicar.

Roberto pousou o copo sobre a mesa, pegou o paletó largado no sofá e se levantou para sair.

— Aonde você vai? — Perguntou Wellington, ainda se recompondo da tosse.

— Atrás da minha esposa. — Disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Espera aí. Eu ouvi muita coisa sobre a sua mulher nesses dias... — Wellington conseguiu detê-lo por um instante.

O olhar que Roberto lhe lançou, gélido e penetrante, fez sua nuca gelar.

“Por que diabos eu fui tocar nesse assunto?”

Mas já era tarde. Não havia como voltar atrás.

— Tem gente pagando caro para cavar a vida dela. — Contou enfim.

Carolina não era famosa, mas, ao se casar com Roberto, subira de repente ao pedestal. E, com isso, vira-se alvo de todos os olhares: inveja, cobiça, malícia... Cada um por um motivo diferente.

As sobrancelhas de Roberto se contraíram levemente. Wellington, já sem nada