Carolina não pregou os olhos a noite inteira.
Já fazia muito tempo que não sofria de insônia, mas a situação da avó a deixara ansiosa, com o coração apertado. O sono simplesmente não vinha.
Aquilo não era um bom sinal. Uma inquietação a corroía: e se voltasse a ser como antes?
Lembrou-se do que o médico havia recomendado. Fechou os olhos, respirou fundo algumas vezes e, em seguida, saiu do quarto.
De manhã cedo, o asilo tinha uma vida bem diferente da noite anterior. Os idosos acordavam antes mesmo do amanhecer. Muitos já estavam de pé, apenas sentados no jardim, esperando.
Porque o que os aguardava era a luz da aurora, e não a escuridão.
Carolina sabia bem o que era passar a noite em claro, esperando o dia nascer. Por isso, entendia profundamente o sentimento daqueles velhos.
Foi até o jardim. À fraca luz dos postes, já havia alguns sentados, conversando baixinho.
Ela se aproximou e os cumprimentou:
— Bom dia, vovós, bom di...
A voz falhou no meio da frase. De repente, entre aquelas f