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Capítulo 5 Como ele pôde humilhá-la assim
— Roberto Santos, o príncipe número um da cidade A, vai se casar! — Dizia uma voz animada.

— Pois é! Anunciaram no meio da noite, me deixou tão empolgada que nem consegui dormir. Estou doida pra saber quem é a sortuda que vai se casar com ele!

No intervalo para o café, Carolina ouvia, do corredor, as colegas comentando animadas.

Ela conhecia Roberto. Já tinham se encontrado algumas vezes e, em todas elas, ele acabara ajudando-a.

Uma vez, o pneu do carro dela estourou no meio da estrada e, por coincidência, Roberto passou e trocou o pneu para ela.

Outra vez, durante um jantar com um cliente, o homem bebeu demais e tentou passar dos limites. Roberto apareceu, a tirou de lá e, ao mesmo tempo, garantiu que o negócio fosse fechado, preservando sua dignidade.

Houve ainda outras situações, tantas que ela já nem lembrava direito.

Pensando bem, devia a ele mais de um favor. Agora que ele ia se casar, era justo mandar um presente, ainda que ele talvez nem se lembrasse dela.

— Quando é o casamento? — Perguntou Carolina, enquanto preparava seu café.

— Na semana que vem. No mesmo dia do casamento do nosso senhor Matheus!

A mão de Carolina tremeu. O café quente transbordou, respingando em sua pele.

— Certo, obrigada. — Disse, afastando-se rapidamente.

As vozes continuaram atrás dela:

— Por que falar do senhor Matheus quando o assunto é o casamento do Roberto? Não sabe que isso vai deixar a senhorita Carolina mal?

— Ela é mesmo de se lamentar… Ficou anos ao lado do senhor Matheus, e no fim só serviu para vestir a noiva de outro.

— Ah, os homens são ingratos… Mas o Roberto é diferente, ele disse que vai se casar com a mulher por quem esteve apaixonado em segredo por dez anos.

À tarde, o telefone dela tocou. Era Matheus.

— Venha comigo daqui a pouco.

— Está bem. — Ela nem perguntou para onde.

Perguntar ou não dava no mesmo, teria de ir de qualquer forma. E, no momento, não queria gastar mais palavras com ele.

Salvou e fechou a planilha de repasse de tarefas, guardou suas coisas e seguiu com Matheus.

O carro parou em frente à casa da família Silva. Tatiane correu até eles como uma princesa mimada e se atirou nos braços de Matheus, dando a ele um beijo estalado no rosto.

Ele recebeu o gesto como se fosse a coisa mais natural do mundo, com um leve sorriso nos lábios, e segurou a mão dela.

— Vamos entrar.

Já no carro, Tatiane olhou para Carolina:

— Senhorita Carolina, o Theus e eu vamos experimentar o traje de casamento. Você pode aproveitar e escolher o vestido de madrinha.

Então era isso… Queriam que ela testemunhasse, com antecedência, a felicidade deles.

Matheus e Tatiane estavam sentados no banco de trás. Tatiane, mole como se não tivesse ossos, se encostava inteira nele.

— Theus, você viu a notícia de que o Roberto vai se casar? — Perguntou, com um tom meio manhoso. — Ele marcou para o mesmo dia que a gente… Será que fez de propósito, para roubar a nossa atenção?

Matheus e Roberto eram dois filhos prodígios do destino, mas, em termos de família, Roberto tinha raízes muito mais profundas. A dele não era só rica, também tinha poder. Matheus, por outro lado, tinha apenas dinheiro.

— Não pense nisso. Naquele dia, você será a noiva mais linda e radiante, a que todos vão admirar. — Respondeu Matheus, com uma doçura na voz.

Carolina, pelo retrovisor, o observou. Já quase nem lembrava quando fora a última vez que ele falara com ela daquele jeito, com tanta proteção e carinho.

— Theus, é tão bom ter você… Me arrependo de termos nos perdido por sete anos. — Disse Tatiane, com um ar melancólico. Mas, num piscar de olhos, voltou a sorrir radiante. — Ainda assim, tenho sorte por você ter me amado durante todo esse tempo. Obrigada, Theus.

Ela se inclinou para beijá-lo. Nesse momento, Carolina desviou o olhar.

Mesmo tendo desistido dele, mesmo tendo cortado o que sentia, os restos desse amor ainda doíam.

— Theus, nesses sete anos… Você teve outras mulheres, não é? — Tatiane soltou a pergunta como se fosse nada.

O coração de Carolina deu um leve salto. Seus dedos se fecharam com força em torno do celular. Levantou os olhos e, pelo retrovisor, voltou a encarar Matheus.

Ele pareceu perceber e olhou de volta. Seus olhares se cruzaram. Então, falando para acalmar a mulher ao seu lado, respondeu:

— Não. Não acredite nos boatos.

— E, mesmo que tivesse, não faz mal. Sei que homem precisa resolver… Necessidades, certo? — Disse Tatiane, com uma generosidade tão absurda que fez Carolina rever todos os conceitos que tinha sobre dignidade.

Carolina sabia, Tatiane estava provocando-a de propósito, pois não parava de encará-la.

— Não vamos falar disso. — Cortou Matheus.

— Por que não? Será que você se apaixonou por essa mulher? — Insistiu Tatiane, com seu jeito mimado.

— Não. — Respondeu ele, firme. — Sexo e amor são coisas separadas para um homem.

O coração de Carolina se apertou num nó.

Então, ele admitia… Que ela, durante todos esses anos, não passara de um instrumento para satisfazer suas necessidades.

Ele podia não se casar com ela. Podia não a amar.

Mas como… Como podia humilhá-la assim?
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