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Capítulo 6 E ainda precisa dar um noivo
— Senhorita Carolina, agora você já sabe qual é o seu lugar, não é? — Disse Tatiane, finalmente deixando cair a máscara de boa moça enquanto experimentava o vestido de noiva.

O coração de Carolina já estava entorpecido, incapaz de sentir qualquer coisa.

— Senhorita Tatiane, você abandonou o Matheus quando ele estava na pior. Agora que ele voltou por cima, reaparece… E qual é o seu lugar, afinal?

— E daí? — Retrucou Tatiane, com um sorriso arrogante. — Ele me ama, e é por isso que vai se casar comigo. Já você… Esteve na cama dele, atravessou com ele o período mais sombrio da vida dele, e ainda assim ele não quis você.

Era cruel, mas era verdade.

Carolina não tinha interesse em competir com ela para ver quem tinha mais capacidade de segurar um homem. Perguntou diretamente:

— E o que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que, depois do casamento, não quero mais ver você. — Respondeu Tatiane, sem rodeios.

Carolina sorriu. E sorriu com um brilho quase deslumbrante. Ela iria embora, sim, mas não porque alguém a estivesse expulsando. Por isso, não deu à futura patroa o prazer da submissão. Pelo contrário, devolveu com provocação:

— Nesse caso… Por que não pede para o Matheus me dizer isso pessoalmente?

— Carolina, não me diga que ainda fantasia que o Theus te ama? — A voz de Tatiane agora vinha com um fio de ameaça.

“Não.”

Essa fantasia tinha morrido no exato momento em que Matheus arrancara o anel de sua mão e o colocara na de Tatiane.

— Senhorita Tatiane, este vestido está lindo. No dia do casamento, você certamente estará maravilhosa. — Disse Carolina, e saiu do provador.

Lá fora, Matheus já estava vestido. O terno escuro do noivo o deixava ainda mais alto e imponente. Os óculos sem aro no nariz lhe davam um ar refinado e intelectual, exatamente como quando Carolina o viu pela primeira vez.

Naquela época, ela pensara: “Como pode existir um homem tão bonito neste mundo?”

Hoje, ele estava ainda mais atraente, ainda mais de tirar o fôlego.

Mas, se pudesse voltar no tempo, Carolina não se aproximaria. Ficaria bem longe dele.

O mundo não oferecia “se”, mas oferecia futuro. E, no futuro dela, Matheus não existiria.

— Escolha o que gostar mais. — Disse ele, parando diante dela e apontando para a fileira de vestidos de noiva.

“Para quê? Para usar no dia e roubar a noiva?”

Ela não seria tão infantil.

— Senhor Matheus me dá um vestido de noiva… Mas vai me dar também um noivo? Você tem um pra me oferecer? — Perguntou Carolina, com um tom de pura ironia.

O rosto de Matheus escureceu.

— Carolina, o que você quer dizer com isso?

Carolina passou a mão pelo tecido do vestido à sua frente.

— De repente, também me deu vontade de me casar.

— Carolina, você está fazendo isso de propósito? Eu já disse que… — Matheus começou, mas a porta do provador se abriu e Tatiane saiu.

Usando um vestido de noiva que valia milhões, Tatiane estava deslumbrante.

Carolina não pôde deixar de se perder por um instante na cena. Já tinha sonhado com um dia assim, vestida de branco, ao lado de Matheus.

Mas sonhos eram como bolhas: cedo ou tarde, estouravam.

— Theus, estou bonita? — Perguntou Tatiane, com aquele jeito de menina doce, romântica e aparentemente sem maldade.

— Está, Tati. Você é a mais bonita. — Respondeu Matheus, repetindo para Tatiane as mesmas palavras que, um dia, dissera a Carolina.

Dizem que uma folha não fica amarela de um dia para o outro, e que o coração não esfria de repente. Era verdade.

O amor de Carolina por Matheus tinha morrido aos poucos, em cada gesto, cada palavra dele.

— Senhorita Carolina, estou linda, não estou? — Tatiane sorriu. — Escolha logo o seu vestido. Quando você se casar, o Theus também pode te dar um.

Dizendo isso, veio até ela e a puxou pelo braço.

Carolina sentiu uma dor aguda, como se tivesse levado uma picada de agulha. Instintivamente, soltou-se com um movimento brusco.

Ao som de um grito dramático de Tatiane, ela tombou para trás. Mas, antes de cair, ainda agarrou Carolina, puxando-a junto.

— Tati! — Matheus gritou e correu.

Ele conseguiu segurar Tatiane.

Carolina, porém, caiu inteira no chão frio e duro.

A cabeça dela bateu com força contra o piso, produzindo um estrondo seco que pareceu fazer o chão inteiro tremer.

O zumbido tomou conta de seus ouvidos, e o mundo começou a girar.

Nesse instante, lembrou-se da pergunta que Tatiane fizera há pouco: “Você ainda acha que o Theus te ama?”

Agora, ela sabia a resposta.
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