Rose despertou com um zumbido insistente no ouvido, como se abelhas a rondasse, e uma dor latejante pulsava em sua cabeça, memória viva do golpe que a derrubou horas antes. Abriu os olhos devagar, e a escuridão do quarto revelou apenas vultos de móveis pesados, todos de madeira maciça, talhados com riqueza de detalhes. A janela estava trancada, o vidro grosso refletia a própria sombra. O ar tinha o cheiro abafado de pó antigo misturado a lençois que não pertenciam a ela. O silêncio era absoluto, sufocante, tão pesado que parecia um ferro preso ao peito.
Tentou se erguer, mas a tontura a obrigou a se sentar de volta na cama. Ao tocar os dedos no próprio corpo, encontrou o tecido frio de seda do vestido de noiva — ainda estava com ele. O véu caía sobre os ombros, amassado, e a saia bordada, antes tão impecável, agora estava manchada. Rose baixou os olhos e sentiu o coração apertar: havia sangue. Sangue escuro, seco em algumas partes, fresco em outras. O sangue de Frank, marcado ali como