Helena

O vapor do banho ainda envolvia o quarto quando me aproximei do espelho. A toalha escorregou pelo meu corpo e fiquei nua, diante de mim mesma, diante da verdade que já não podia ser negada.

Meus olhos se prenderam na curva sutil da barriga. Não era grande ainda, mas estava lá. Um traço delicado, uma promessa silenciosa. Passei a mão devagar, como se quisesse confirmar que não era imaginação. A ficha caiu, finalmente, inteira, esmagadora: havia uma vida crescendo dentro de mim.

Meus lábios tremeram, e as lágrimas vieram antes que eu pudesse contê-las. Não de tristeza, mas de medo — e de um amor assustador, precoce, que me pegava de surpresa.

— Meu bebê&hellip