Eu nunca fui o tipo que planeja surpresas. Sempre preferi o improviso, o caos… mas naquele sábado à noite, algo em mim quis fazer diferente.
Não sei se foi o jeito que ela sorriu na última vez que nos vimos, ou a forma como o Tico ronronou no colo dela como se aprovasse minha presença. Só sei que, sem pensar demais, estacionei em frente ao mercadinho da esquina.
Peguei um carrinho e fui direto pro ataque:
Pipoca, da boa, com manteiga.
Sorvete, morango com pedacinhos de fruta, o favorito dela.
E, claro, vinho, um tinto que combinasse com o clima de sábado e com a ideia que já se formava na minha cabeça.
Dirigindo até o prédio dela, pensei em como ela reagiria.
Talvez risse, dissesse que eu era maluco, que sábado à noite não era hora pra invadir o território de uma mulher com cobertor e gato no colo.
Mas eu arriscaria.
Quando parei o carro em frente ao prédio, fiquei nervoso pra caralho!
Bati na porta três vezes.
Silêncio por um instante.
Depois, o som de passos leves, uma pausa… e en