Ele era frio igual o inverno. Ela era quente igual o verão. Ele a magoou. Ela finge que o odeia. Ele não queria amor. Ela ainda ama ele. Alexa era a garota comum mais fora do comum que ele conhecia, cheia de falhas, mentirosa compulsiva, sem muitas ambições, uma completa catástrofe, e uma coragem que excede a estupidez, ela vivia no presente, cada dia como se fosse o ultimo, sem grandes expectativas sobre o futuro. Ela era o oposto dele. Nathaniel levava sua vida ditada por regras, e a mais importante delas era que ele nunca mais abriria o seu coração para o amor, ele vive ancorado aos traumas do passado. Ele precisa se casar em menos de um ano ou perdera maior parte de sua herança. Ela precisa de um noivo urgentemente devido a uma mentira e para que finalmente possa se ver livre das chances de sua mãe tentando ser o cupido. Os dois não esperavam que acabariam por ser o par im-perfeifeito. Agora ele serão obrigados a conviver em um casamento por conveniência, durante um ano, mesmo não se suportando e passando maior parte do tempo lançando farpas um para o outro.
Leer másAlexa
Queria poder cavar uma cova bem funda e me enterrar viva, as tentativas falhas da minha mãe tentando bancar a senhora cupido para cima de mim estavam me sobrecarregando até o extremo. Eu não quero conhecer nenhum garoto, não quero sair para nenhum encontro as cegas, só quero continuar sonhando que um dia eu me casarei com o homem que partiu meu coração. Estupidez, burrice, mas o amor é composto por isso. Se eu soubesse que esse jantar seria uma armadilha para tentar me juntar com o Julian, eu teria pedido que o taxista parece e eu me jogasse da ponte. Eu odeio o Julian, não odiar, odiar. Mas eu não o suporto, e o problema está em mim, não nele. Eu quero alguém que eu não posso ter, mas ninguém sabe disso. Eu finjo odiar ele, desprezar, sentir repulsa só de escutar seu nome porém isso não é verdade. Queria que alguém olhasse no fundo dos meu olhos e me dissesse quem eu realmente sou, porquê eu desisti da realidade. Tudo por causa de um homem. — Tem razão ela é uma garota especial. Os dois juntos seriam o par perfeito! — Engasgo com o pedaço de carne e encaro minha mãe perplexa. Tusso dando leves batidas em meu peito, minha mente pensando em um milhão de formas de fazer minha mãe desistir de me arranjar um namorado. Minha família toda, incluindo os nossos convidados, Julian e sua mãe me encaram com expressões preocupadas. — Toma um pouco de água e tenta se acalmar. — Karol, minha irmã enche um copo para mim. — Tenta não causar uma cena. Por favor. — Sussurra como se já soubesse o que se passa em minha cabeça. — Não se preocupem, estou muito bem. Nunca estive melhor. — Abro meu melhor sorriso, escondendo todo meu descontentamento com toda essa situação. — Ainda bem que você está bem querida!— A mãe de Julian diz e seu filho suspira largando o ar que nem ele mesmo sabia estar segurando — Você é uma garota muito bonita e querida Alexa, e eu concordo plenamente com sua mãe. Você e o meu Julian formariam um belo casal. Eu não terminei a faculdade mesmo sabendo que somente faltava concluir a minha tese e defender porquê sou uma garota sem muitas ambições e não sabe o que quer da vida. Aos 16 me apaixonei pelo primo do cara que hoje é meu melhor amigo, fiquei me jogando para cima dele igual uma prostituta, tentei dar para ele no meu aniversário de 18 anos e ele me rejeitou. Tenho problemas sérios com algumas compulsões, entro em espirais depreciativos, estourei meu cartão de crédito uma vez em compras, se eu beber demais perco o controle, sou uma mentirosa, e as pessoas me acham insuportável. Tem certeza que ainda acha que eu sou querida e sirvo para seu filho. Queria poder dizer isso em voz alta, mas não, eu amava demais minha mãe e mesmo que isto estivesse se tornando em uma espécie de padrão repetitivo eu nunca mancharia a imagem dela. Ter uma filha como eu deve ser decepção demais para ela. Olho para as sobras de comida em meu prato me sentindo um lixo, na verdade eu me sinto assim na maioria das vezes, minha vida tem um vazio que eu não consigo explicar. Alison é casado e com filhos, Karol é casada e está esperando o segundo filho, e eu nunca trouxe orgulho para família. Mas se existe algo em que eu sou excepcionalmente astuta é em fingir que tudo está bem. — Com todo devido respeito, não acho que eu e o Julian sejamos um par perfeito. Não é Julian? — Chuto seu pé e lanço um olhar de aviso, suficientemente preciso para fazer ele receber a mensagem. — Imagina, vocês dois praticamente estudaram no mesmo jardim de infância e o Julian sempre foi apaixonado por você. — Karen sorri e passa a mão na cabeça de seu filho. Não surta. Não surta. Pelo menos não na frente dos convidados. Repito mentalmente respirando fundo e sou tirada do transe com um toque quente e suado em minha mão. Mas que porra. — Alexa... Eu realmente gosto de você. — Seus olhos brilham mesmo que ele esteja suando todo nervoso, o que só piorava a situação — Me de só uma chance e eu posso te fazer feliz. Eu gostaria que você fosse minha namo... Puxo minha mão rapidamente fazendo careta, antes que ele termine sua fala. Limpo minha mão com o pano de mesa tentando tirar a sensação de sua mão molhada na minha. Devo estar pagando pelos meus pecados. Karol, seu marido George e meu pai parecem estar se divertindo com a minha situação deplorável. — Se dependesse de mim, você e Alexa já estariam casados! — Aquelas palavras vindas diretamente da minha mãe foram a gota de água — Meu Deus como você é um fofo. — Eu estou noiva e vou me casar! — Minto descaradamente e o clima pesa em frações de segundos. Meu pai engasga e começa tossindo enquanto o resto olha para mim em choque. A resposta foi automática num minuto eu estava perdida e no outro inventei a maior das mentiras da minha vida. — Você o quê?! — Meu pai troveja e b**e suas mãos na mesa, seus olhos quase perdendo toda a cor e sua jugular saltando quase como se ele fosse ter um ataque cardíaco bem na minha frente — Eu te conheço garota isso não passa de uma mentira! — Você está grávida? — Minha mãe pergunta serena mas em seus olhos posso ver a minha morte eminente. — Alexa você não é mais criança para ficar mentindo. Vê se cresce e ganha responsabilidade. — Karol fala. — Eu vou me casar. Quer vocês queiram ou não. — Rebato com todos os dentes me mantendo firme, o que é um peido para quem já está cagada. — Nem namorado você tem. — Ela refuta e revira os olhos — E eu tenho que contar sobre toda minha vida pessoal para você? — Sou sua irmã mais velha, te conheço muito bem para saber que você está sempre fugindo das responsabilidades. — Você não é a mais velha. — Chega vocês duas. — Mamãe branda chamando nossa atenção. — Você está grávida! — diz como se fosse algo verídico. — Eu não estou grávida. — Então porquê inventar um noivado? — Eu não estou inventando nada, e a senhora deveria estar feliz que eu tô noiva. — Acho melhor nós irmos — Karen diz chamando a atenção de toda mesa — Me desculpa pelo constrangimento causado e meus parabéns pelo seu noivado Alexa. Minha mãe respira fundo e desvia seu olhar para sua amiga, carregando um brilho de constrangimento. — Eu quem devo um pedido de desculpas pelo comportamento da minha filha. — Dona Grace fala e se levanta acompanhando os passos de Karen. Observo enquanto todos se levantam num clima desconfortável sem saber o que dizer e me sinto obrigada a fazer o mesmo. — Não vou mentir fiquei um pouco chateado por você já estar comprometida, mas se ele te faz feliz isso já é o suficiente para mim. Ele é um homem de muita sorte por te ter, qualquer um seria. — Julian Ele diz me deixando sem palavras — Meus parabéns Alexa. Fico parada no meio da sala observando eles partirem, Julian é o homem ideal, é bonito, inteligente, educado, gosta de mim, fazia de tudo para me ver feliz mas eu simplesmente não conseguia olhar para ele é sentir o mesmo. Éramos incompatíveis. — De todas as mentiras que você já contou essa foi a melhor! — Karol diz me tirando do transe, abano a cabeça voltando a realidade e olho para os três me encarando de volta como se eu fosse uma criminosa. — Até parece que eu sou a última encalhada do universo. — Digo com sarcasmo tentando passar mas eles me impedem. — Alexa há última vez que você apareceu aqui com alguém foi com o Daniel e todos nós sabemos como isso acabou. — Daniel foi um deslize de caloura, então não enche meu saco Karol. — Está tudo bem querida, não precisa de sentir precionada. Sua mãe só está preocupada com você.... — Meu pai diz porém é cortado pela minha mãe aparecendo na sala com o semblante fechado — Jason .— Minha mãe o repreende — Para de dar corda á ela, se nós tivéssemos sido um pouco mais rigorosos quem sabe ela seria mas comportada igual a Karol. — Grace deixa ela espirar, sabemos que ele só está revoltada e logo vai esclarecer toda essa história de noivado até lá tente parar de colocar tanta pressão nela. — Não estou revoltada. — Falo — Não me surpreenderia se você aparecesse grávida e nem soubesse quem é o pai desse bebê. — Se a senhora me escutasse e parece de dar uma de cupido para cima de mim, nada disso estaria acontecendo. — Vai me culpar pela sua irresponsabilidade? — Eu não estou grávida, eu ainda nem se quer transei. A senhora está indo longe demais. — Então vê se toma um rumo na vida Alexa. Se você realmente está noiva, essa deve ser a coisa mais responsável que você faz em anos. Ela grita cuspindo as palavras que chicoteiam em minha pele, meus olhos ardem pelas lágrimas que ameaçam cair, respiro fundo ignorando a dor que queima em meu peito e sorrio. — Parabéns dona Grace você vai ter um genro. — Digo olhando bem no fundo dos olhos dela e ninguém se atreve a dizer nada. — Alexa espera... — Seus olhos vacilam e eu aceno a cabeça e toco em seu ombro. — Não se preocupa mamãe. Eu não vou mais decepcionar a senhora. — Deixo um beijo em sua bochecha mesmo que suas palavras ainda doam. Passo por ela não dando tempo a nenhum deles de falarem pego minha bolsa e saio caminhando de cabeça erguida. Eu não serei mais comparada a minha irmã, vou mostrar que eu sou digna de viver sem a sombra da filha perfeita, mesmo que tenha que ser a base de mentiras. E só há uma pessoa capaz de me ajudar.AlexaO sol daquela manhã parecia brilhar mais forte que o normal. O jardim da nossa casa estava cheio de balões coloridos, risadas e o cheiro doce de bolo recém-feito. Um arco com o nome dos nossos trigémeos, Noah, Dante e Diana, balançava levemente com o vento.Era o segundo aniversário deles, dois anos desde o dia em que o mundo mudou completamente. Dois anos desde que o caos virou harmonia, desde que dor virou riso, e desde que eu descobri o verdadeiro significado de família.As crianças corriam pelo gramado, não só os trigémeos mas os filhos de todos os nossos amigos. A casa estava realmente cheia. Eu sempre me imaginei levando uma vida assim, leve e cheia de alegria.Eu observava tudo de longe, encostada na varanda, sentindo aquele tipo de paz que só vem depois da tempestade.— Volta aqui seu pestinha. — Alex gritou, correndo atrás do pequeno aventureiro.Bom, ele estava mais para um pequeno diabrete.Eu ri observando meu melhor amigo correndo atrás do seu sobrinho, Noah. El
Nathaniel A água parecia engolir o mundo.Por um segundo, tudo o que ouvi foi o som surdo do meu próprio coração batendo nos ouvidos. O grito dela ainda ecoava dentro de mim quando mergulhei. O som mais desesperado que já ouvi. A imagem dela sendo puxada para a borda do cais, as mãos se debatendo no ar, os olhos arregalados de pavor, foi a faísca que me fez saltar sem pensar.Não importava o frio, não importava o medo. Só existia ela.Quando a água gelada me atingiu, senti o choque percorrer o corpo inteiro, mas a dor não era nada comparada ao desespero que me rasgava por dentro. Abri os olhos e só vi borrões. Ela estava lá embaixo, afundando rápido, o vestido amarelo rodando como uma mancha pálida na escuridão da água.O pânico subiu pela minha garganta.Eu me forcei a nadar, a atravessar aquela distância que parecia impossível.Não, por favor… não, não agora, pensei, enquanto estendia a mão.Consegui agarrar o braço dela, e foi como segurar um corpo sem força, mole, submisso à cor
AlexaSangue expirou em meu rosto. Um. Dois. Três... Meu coração desacelerou. O homem caiu desvivido no chão enquanto ainda segue a minha mão. Olhei pro buraco de onde o sangue escorria pela sua testa, meu estômago revirou e vomitei ao lado do corpo.— Garota você da muito trabalho! — ela sorriu, histericamente, a arma firme em sua mão. — Tudo poderia ter sido mais fácil, se você simplesmente tivesse ficado longe dele, a Itália seria um bom recomeço. Mas não, você tinha que voltar e estragar tudo, você e esses mesinhas em seu ventre.— Nathaniel não te ama, não vê que você só causou mal a ele. — falei, a voz arranhando minha garganta. Recuei para trás lentamente, meu olhar fixado já sua arma. Ela estava instável.— Cala boca sua vadia mentirosa. — gritou alto e meu corpo teve um salto, assustada. Ela bateu em sua cabeça com a arma. — Nathaniel me ama, mas para ele perceber isso você tem que morrer.Ela foi se aproximando, e a cada passo seu, eu recuava mais dois. Se ela não me matas
Horas antesAlexa Meus filhos estavam bem, mas meu coração não parava quieto. Era um inquietude que não passava, e cada gota de soro que corria para minhas veias, o coração apertava. Nathaniel havia saído para falar com o médico, já se passavam alguns minutos e nada dele voltar. Respirei fundo, tentando manter a calma. E foi quando Carl o outro segurança entrou pela porta, calmo e firme. — Vamos. — Ele ordenou, balançando a cabeça em direção a porta.Olhei pro homem confusa. Porquê ele estava apontando para a porta. Tem algum lugar em que o Nate precise que eu vá?— Vamos não tenho o dia todo! — repetiu, sua voz mais grave. Eu não sabia o que estava acontecendo ou o porquê dele estar me forçando a segui-lo até meu celular vibrar. Olhei para mensagem e para o homem a minha frente. — Venha comigo sem fazer barulho e ela não irá se machucar! Meu coração gelou com aquelas palavras, o aperto se tornou mais agonizante. O grito ficou preso em minha garganta enquanto o vídeo da minha
Nathaniel Merda! Merda! Merda!O som seco do meu punho contra a parede ecoa pelo quarto estéril do hospital. Meus dedos latejam, mas nem a dor consegue diminuir a angústia que está me consumindo. Como é que ninguém viu ela sair? Alexa estava aqui, deitada nesta cama, o soro ainda pela metade, pálida, frágil. E agora simplesmente sumiu. É como se tivesse evaporado, e ninguém, absolutamente ninguém, sabe de nada.Meu coração bate tão forte que parece querer romper minhas costelas. Sinto que algo de muito errado está acontecendo. Ela não está recuperada. Não pode estar andando sozinha por aí, ainda mais com Megan e Daniel foragidos. O simples pensamento desses dois nomes me dá vontade de quebrar mais do que paredes.— Senhor Carter, peço que se acalme. Sei que está preocupado, mas isso ainda é um hospital. — disse o Dr. Martin, o dono do hospital, tentando manter um tom sereno.Viro para ele, incrédulo. Como ele pode pedir calma em uma situação dessas?— Não me peça para ficar calmo! —
Alexa Eu sempre pensei que a gravidez fosse um período de calma, de aconchego, de espera paciente pelo milagre da vida. Mas comigo, tudo parecia uma batalha constante. Carregar três corações batendo dentro de mim já seria, por si só, suficiente para me consumir, mas ainda havia o passado, as dores mal resolvidas e os fantasmas que insistiam em me perseguir. Mais uma chance. Mas eu não me sentia preparada para dar a ele mais uma chance, entretanto mesmo assim, aquelas palavras saíram da minha boca. O nome dele ecoava na minha mente. Nathaniel. Ex-marido. Ex-amor. Talvez-futuro. Tudo tinha se despedaçado por causa de uma armação cruel da ex dele, uma mulher que parecia viver apenas para nos destruir. Mas nada teria desmoronado se ele confiasse em mim. Eu realmente queria dar uma segunda chance a ele, mas quem não acreditava mais nele agora, era eu. Mais uma chance. Eu jurei que não voltaria atrás. Que não deixaria meu orgulho ser pisoteado outra vez. Era melhor suportar a
Último capítulo